sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Cremação das bandeiras estaduais no Estado Novo de Vargas.

Poucos sentimentos são mais instintivos e capazes de mobilizar as massas do que o nacionalismo. Na década de 1930 ele esteve fortemente associado aos regimes políticos totalitários e autoritários. Na Alemanha, na URSS, em Portugal, na Argentina ou no Brasil, esteve em alta. Até Fernando Pessoa rendeu-se por um tempo, escrevendo um belíssimo e longo poema em homenagem a sua nação, estimulado por um concurso nacional organizado pelo ditador Salazar. Bem, nesse caso específico, podemos compartilhar do prazer da leitura de versos extraordinários como "Oh, mar salgado! Quanto do teu sal, são lágrimas de Portugal!", numa referência ao projeto colossal da expansão marítima do século XV e XVI. O poema ganhou o nome de "Mensagem".

Quem desejar baixar o livro de Pessoa, pode clicar aqui. Quem quiser apenas ler, clique aqui.

No Brasil, logo após o golpe de 10 de novembro de 1937, chamado de Estado Novo (numa clara referência à ditadura de Salazar em Portugal, iniciada em 1928 e que também se chamou 'Estado Novo'), Getúlio Vargas organizou uma grande e pomposa cerimônia com o auxílio da Igreja Católica para exaltar a "Nação". Aos pés do "Altar da Pátria", acolitado pelo cardeal do Rio de Janeiro, realizou-se a queima de todas as bandeiras estaduais, bem como a proibição legal de que estados e municípios mantivesses símbolos próprios. Nos mastros de onde foram retiradas as bandeiras, hasteou-se em cada um deles a bandeira do Brasil, simbolizando, de acordo com Vargas, a "unidade nacional", o "fim das divergências regionais". [Os paulistas devem ter tido um troço, rsrsrs].

Segue o vídeo da cerimônia.

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