domingo, 26 de setembro de 2010

A última hora


De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Neste domingo, a apenas uma semana da eleição presidencial, temos uma parte menor do sistema político, uma parte importante (mas minoritária) da sociedade e a maioria da “grande imprensa” em torcida animada para que a “última hora” faça com que os prognósticos a respeito de seu resultado não se confirmem.

É natural que todos os candidatos, salvo Dilma, queiram que alguma reviravolta aconteça. Os três partidos que dão apoio a Serra, o PV de Marina Silva, os pequenos partidos de esquerda, todos torcem pelo “fato novo”, a “bala de prata”, algo que a golpeie. Do outro lado, a ampla coligação que Lula montou para sustentar sua candidata (e que formará, ao que tudo indica, a maioria do próximo Congresso) espera que nada altere o quadro.

Hoje, Dilma lidera em todas as regiões do país, jogando por terra as análises que imaginavam que as eleições consagrariam um fosso entre o Brasil “moderno” e o “atrasado”. Era o que supunham aqueles que leram, sem maior profundidade, as pesquisas, e acreditavam que Serra sairia vitorioso no Sul e no Sudeste, ficando com Dilma o voto do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste. Não é isso que estamos vendo.

Ela deve vencer em todos os estados, em alguns com três vezes mais votos que a soma dos adversários. Vence na cidade de São Paulo, na sua região metropolitana e no interior do estado. Lidera o voto das capitais, das cidades médias e das pequenas. É a preferida dos eleitores que residem em áreas rurais.

As pesquisas dão a Dilma vantagem em todos os segmentos socioeconômicos relevantes. É a preferida de mulheres e homens (sepultando bobagens como as que ouvimos sobre as dificuldades que teria para conquistar o voto feminino), de jovens e velhos, de negros e brancos. Está na frente entre católicos, evangélicos, espíritas e praticantes de religiões afro-brasileiras.

Vence entre pobres, na classe média e entre os ricos (embora fique atrás de Serra entre os muito ricos). Lidera entre beneficiários do Bolsa Família e entre quem não recebe qualquer benefício do governo. Analfabetos e pessoas que estudaram, do primário à universidade, votam majoritariamente nela.

É claro que sua candidatura não é uma unanimidade. Existe uma parcela da sociedade que não gosta dela e de Lula, que nunca votou e que nunca votará em alguém do PT. São pessoas que até toleram o presidente, que podem achar que é esperto e espirituoso, que conseguem admirar aspectos de seu governo. Mas que querem que Dilma perca.

Se, então, Dilma reúne ampla maioria no eleitorado e apoios majoritários no sistema político, o que seria a “última hora”? O que falta acontecer, de hoje a domingo?

Formular a pergunta equivale a considerar que o eleitorado ainda não sabe o que vai fazer, que aguarda a véspera para se decidir. Que “tudo pode mudar”.

É curioso, mas quem mais acredita que os outros são volúveis são os mais cheios de certezas, os mais orgulhosos de suas convicções. Mas acham que o cidadão comum (o “povão”) é diferente, que é incapaz de chegar com calma a uma decisão pensada e madura.

É fato que sempre existe uma parcela do eleitorado que permanece indecisa até o final. Já vimos, em eleições anteriores, que ela pode oscilar, saindo de uma candidatura e indo para outras. Conforme o caso, sua movimentação pode provocar resultados inesperados, como ocorreu com o segundo turno em 2006.

Mas aquelas eleições também mostram como acontecem esses fenômenos de “última hora”. Nelas, a única coisa que um quase uníssono da “grande imprensa” contra a candidatura Lula conseguiu fazer foi assustar os eleitores mais frágeis, com baixa informação e baixo interesse por política. Os dados indicam que os eleitores mais informados e com alto e médio interesse em nada foram afetados pela artilharia da mídia (assim como os sem nenhum, que nem ficaram sabendo que havia “aloprados”).

Ou seja: aquela gritaria só fez com que as pessoas mais inseguras a respeito de suas escolhas ficassem confusas, ainda que apenas por alguns dias. Mal começou a campanha do segundo turno, Lula reassumiu as rédeas da eleição e avançou sem problemas até a consagração no final de outubro. É como o título daquela comédia: “Muito barulho por nada”.

sábado, 25 de setembro de 2010

A qualidade da imprensa brasileira. Folha, UOL e Globo anunciam a morte de Tuma, que não morreu.


DO BLOG ACERTO DE CONTAS

Hoje à noite foi possível analisar o nível a que chegou a imprensa brasileira. Simultaneamente, três grandes veículos de comunicação deram o “furo” da morte do Senador Romeu Tuma, que está internado em São Paulo.

Primeiro foi o UOL, seguido da Folha e do Globo, que anunciaram a morte do Senador, e tão logo perceberam que se tratava de uma “barriga”, retiraram a “notícia” do ar. Provavelmente um chupou a falsa notícia do outro, e centenas de release blogs também publicaram o “furo”. Aliás, release blogs não faltam nos tradicionais grupos de comunicação.

Esse episódio lamentável mostra como está sendo feito o tratamento da notícia por parte da imprensa brasileira, que nem ao menos se dá ao trabalho de checar se o Senador estava vivo ou não.

Eu soube da “notícia” pelo Twitter, pois se espalhou rapidamente. Mas como no Twitter ninguém tem a obrigação de checar nada, coube aos portais o papelão de retirar a nota do ar.

O mais vergonhoso de tudo é que nem ao menos um pedido de desculpas foi ao ar. Nem do Globo, nem da Folha, e muito menos do UOL.

O pedido não deveria ser feito apenas aos leitores, mas aos familiares do Senador, que souberam da mórbida notícia dessa forma. O próprio filho, que estava em viagem pelo interior, soube da notícia por um colega, e só conseguiu saber da verdade algum tempo depois.

Mas como disse o leitor @fernandogomes69 no Twitter, “Romeu Tuma morreu, mas passa bem”.

Quem não está nada bem é a imprensa brasileira.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Artigo meu no Diário de Pernambuco de hoje: Os evangélicos e o ideal de progresso no século 19


Um balanço da ação social entre as igrejas oriundas do protestantismo de missão, aquelas que aqui chegaram pelas mãos dos missionários no século 19, é bastante positivo. Igrejas metodistas, batistas e presbiterianas chegaram ao Brasil pelo trabalho de norte-americanos que estavam profundamente convencidos da necessidade de difundir a sua fé, mas também a sua civilização, o que incluía a construção de escolas, de hospitais e a reforma dos comportamentos individuais e sociais.

Vários pregadores defenderam uma nova moral social, criticando a escravidão e defendendo a separação entre a igreja e o Estado. No quesito da escravidão, vários dos primeiros missionários eram oriundos de igrejas do sul dos EUA, região escravocrata e com um racismo profundamente arraigado, silenciando aqui sobre a questão. Mas logo chegariam pregadores do Norte que levantariam sua voz contra o trabalho escravo. O pastor presbiteriano James Houston foi o exemplo mais acabado deste tipo. Uma das vozes mais lúcidas a criticar a bárbara instituição, foi enviado pela Junta de Nova York e trabalhou nos campos da Bahia, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

A defesa da liberdade de religião promoveu uma interessante aproximação entre maçonaria e evangélicos, já que vários maçons ilustres batiam-se por tal direito. No célebre conflito entre D. Pedro II e o bispo D. Vital pelo cumprimento das ordens papais de afastamento dos maçons da igreja católica, os presbiterianos no Rio de Janeiro mostraram clara simpatia pelos primeiros através das páginas de seu jornal A Imprensa Evangélica. Várias denominações também se interessaram desde cedo pela educação e construíram grandes colégios nas capitais das principais províncias, a exemplo do Americano Batista e do Agnes Erskine em Recife.

A educação era vista como estratégia para a formação de uma nova elite com um conjunto de valores afinados com a ideia de progresso e de civilização auto-representada pelos missionários, representando mesmo a outra face desse projeto. A cultura que os pregadores encontraram no Brasil era muito diversa da norte-americana. Vindos de um país republicano, anglo-saxão e cujas igrejas eram separadas do estado, com as garantias de liberdades individuais e de religião, encontraram no Brasil uma monarquia de base ibérica, uma religião estatal e uma proibição formal para a existência de outras igrejas cristãs.

Os colégios organizados deveriam promover novos valores culturais e sociais, tais como a liberdade de consciência e religião, o livre comércio e o imaginário de progresso representado pelos EUA àquela época. Embora as escolas tenham se marcado pela recepção dos filhos das elites locais, a pregação destes valores era dirigida a partir do púlpito a todos os que passavam a frequentar as igrejas. O estímulo às possibilidades individuais fez muitos dos membros vivenciarem uma mobilidade social incomum para os padrões da virada do século. Não se trata de ascensão econômica, apenas, mas de novas perspectivas de relações sociais que se estabeleceram a partir da consolidação da grande identidade coletiva que era o 'ser evangélico'.

Uma trajetória típica foi a de um dos primeiros pastores da Primeira Igreja Batista do Recife, João Borges da Rocha, que à época de sua conversão por volta de 1900 era um "funcionário de armazém de açúcar" em Nazaré da Mata, possivelmente um apontador ou um administrador. Passou a auxiliar os reverendos Ginsburg e Entzminger na abertura de igrejas pelo interior, frequentou uma das primeiras turmas do Seminário Batista até ser ordenado pastor. Esse ambiente traduziu-se em um aumento geral da alfabetização e da escolaridade entre os evangélicos. Os seus colégios trouxeram ainda, novas práticas educacionais com a integração de meninos e meninas no mesmo espaço, a educação física foi difundida e os currículos renovados, a educação era compreendida como um direito do indivíduo e um estímulo à livre iniciativa. Na visão missionária, portanto, não se tratava apenas de realizar conversões, mas difundir um projeto de civilização.

DIÁRIO DE PERNAMBUCO, SEÇÃO OPINIÃO

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Debate dos presidenciáveis com a CNBB - 1° bloco

Corrida de dez dias, por Luiz Fernando Veríssimo.


De hoje à data da eleição teremos dez dias de manchetes nos jornais e duas edições da "Veja". Não sei até quando podem ser publicadas as pesquisas sobre intenção de voto, mas até a última publicação — aquela que, segundo os céticos, é a mais confiável, pois é a que garante a credibilidade e o futuro dos pesquisadores — veremos uma corrida emocionante: o noticiário perseguindo os índices da Dilma para tentar derrubá-los antes da chegada, no dia 3.

O prêmio, se conseguirem, será um segundo turno. Se não conseguirem, a única duvida que restará será: se diz a presidente ou a presidenta?

Até agora as notícias de corrupção na Casa Civil não afetaram os índices da Dilma. Estou escrevendo na terça, talvez as últimas pesquisas mostrem um efeito retardado. Mas ainda faltam dez dias de manchetes e duas edições da "Veja", quem sabe o que virá por aí?

O governo Lula tem um bom retrospecto na sua competição com o noticiário. A popularidade do Lula não só resistiu a tudo, inclusive as mancadas e os impropérios do próprio Lula, como cresceu com os oito anos de denúncias e noticiário negativo.

Desde UDN x Getúlio nenhum presidente brasileiro foi tão atacado e denunciado quanto Lula. Desde sempre, nenhum presidente brasileiro acabou seu mandato tão bem cotado.

Acrescente-se ao paradoxo o fato de que o eleitorado brasileiro é tradicionalmente, às vezes simplisticamente, moralista. Elegeu Janio para varrer a sujeira do governo Juscelino, elegeu Collor para acabar com os marajás, aplaudiu a queda do Collor por corrupção presumida e houve até quem pedisse o impedimento do Itamar por proximidade temerária com calcinha transparente.

Mas o moralismo tornou-se politicamente irrelevante com Lula e, por tabela, para os índices da Dilma . É improvável que volte a ser decisivo em dez dias. Mas nunca se sabe. O que talvez precise ser revisado, depois dos oito anos do Lula e depois destas eleições, quando a poeira baixar, seja o conceito da imprensa como formadora de opiniões.

Mas a corrida dos dez dias começa hoje e seu resultado ninguém pode prever com certeza. Virá alguma bomba de fragmentação de última hora ou tudo que poderia explodir já explodiu? O que prevalecerá no final, os índices inalterados da Dilma ou o noticiário? Faça a sua aposta.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A briga entre Assis Chateaubriand e o arcebispo de Belo Horizonte: uma lição sobre as "verdades" da imprensa


Um episódio assim tinha ocorrido meses antes, quando Rubem Braga ainda trabalhava nos jornais de Minas Gerais. Irreverente e anticlerical, em plena Sexta-Feira da Paixão Braga escrevera um artigo considerado desrespeitoso à figura de Nossa Senhora de Lourdes, a padroeira de Belo Horizonte. A Igreja mineira, que tinha planos de criar um jornal para combater os Associados locais (o que acabaria acontecendo em 1935, com o lançamento de O Diário, que ficou conhecido como "Diário católico"), entendeu que a provocação feita por Braga era o pretexto de que precisava para abrir guerra contra Chateaubriand.

O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, d. Antônio dos Santos Cabral, tomou a briga a peito, pessoalmente. Deu ordens para que todos os padres, até nas mais remotas paróquias do sertão mineiro, dedicassem suas prédicas e sermões dominicais ao trabalho de demolição do Estado de Minas e do Diário da Tarde. A orientação era uma só: um bom católico não podia ler jornais que faltavam com o respeito à Virgem Maria.

Mineiro e conhecedor das tradições conservadoras de seu estado, Dario de Almeida Magalhães procurou Chateaubriand para fazê-lo ver que, se não fosse contido a tempo, d. Cabral podia causar um estrago de proporções consideráveis entre os leitores, assinantes e anunciantes dos jornais. O que ele propunha era um acordo que amansasse o bispo - por exemplo, transferir Rubem Braga para o Rio ou para São Paulo.

Chateaubriand discordou, disse que seria uma humilhação submeter-se àquele "padre desaforado". Dario quase desabou ao ouvir o patrão, sapateando e vociferando, propor a sua solução para o conflito:

- Se esse filho da puta continuar com essa conversa fiada, vou escrever um artigo nos jornais dizendo que sei a história dele. Vou dizer que ele estuprou a própria irmã.

Chateaubriand não conhecia d. Antônio dos Santos Cabral e não sabia sequer se ele tinha irmãs, mas Magalhães conhecia Chateaubriand muito bem e sabia que, se não fosse contido a tempo, ele sem nenhuma dúvida teria cumprido a ameaça - e o bispo que se arranjasse para desmenti-lo. Para felicidade geral acabaria prevalecendo a mineiríssima prudência de Magalhães: depois de envolver o Itamaraty e o núncio apostólico Enrico Gasparri (que aparentemente se convenceram de que por trás da ira santa do bispo estava oculto um projeto jornalístico), os Associados ofereceram como desagravo a d. Cabral a cabeça de Rubem Braga, para quem não poderia ter ha-
vido solução melhor. Há muito tempo querendo deixar Belo Horizonte, o jornalista capixaba transferiu-se de bom grado para o Diário da Noite, em São Paulo.

CHATÔ, O REI DO BRASIL, DE FERNANDO MORAIS. pp. 336/337.

O escândalo da corrupção do PSDB de Serra no Mato Grosso do Sul, que a Globo, a Veja e a Folha não mostram nem se indignam


O deputado estadual Ary Rigo (PSDB), primeiro-secretário da Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul e principal operador político do governador serrista André Pucinelli, que apóia José Serra, conta detalhes do esquema de corrupção.
Está tudo aí: a própria Assembléia, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e o prefeito de Dourados (hoje incomunicável numa prisão estadual).
A grana era de R$ 3 milhões mensais.
Em Campo Grande e nas principais cidades do Estado a revolta toma conta da população. Em poucas horas mais de 50 mil pessoas viram no Youtube o vídeo abaixo, gravado sem que o tucano Ary Rigo soubesse.
O governador e o PSDB tentam censurar a imprensa e a internet proibindo a veiculação do vídeo. ASSISTA ANTES QUE SAIA DO AR.
ATENÇÃO, TODOS QUE ACHAM QUE A DEMOCRACIA ESTÁ AMEAÇADA! ESCREVAM EMAILS URGENTES PARA O PSDB DO MATO GROSSO DO SUL PEDINDO QUE RESPEITEM A LIBERDADE DE IMPRENSA. KKKKKKKKKK

Marina, Serra e Plínio no Debate Região Nordeste pelo SBT: estereótipos e desconhecimento da região.


Marina, Plínio e Serra mal conhecem suas próprias bases eleitorais e desconhecem por completo a realidade do Nordeste. Sobrou estereótipos e faltou a discussão do presente e futuro da região. A última coisa que leram foi Celso Furtado, ninguém sabe que tem universidades pelo interior, a transnordestina, a transposição, o cerrado baiano da soja [até Marina, com o seu ambientalismo esqueceu do cerrado!], os pólos petroquímicos, Suape, refinaria, Pecém, a reserva de gás descoberta no Maranhão, nada, nada, nada foi discutido pelos três.

De Serra todos sabem há tempos que sua visão de Brasil, de economia e de política são paulistas. Um comentarista já lembrava o velho Tancredo que dizia que São Paulo nunca produziu um estadista para o país. De Marina, possuidora de uma trajetória ligada à história do norte do país, esperava-se, pelo menos, um mínimo de conhecimento da região e de sua economia e cultura, para além dos estereótipos. Plínio não adianta. O Velho Maluquinho não tem responsabilidade com nada. Vocifera suas críticas a qualquer um e as suas receitas inviáveis para qualquer coisa, em qualquer época que seja.

O 'debate' começou, então, muito mal com as tentativas dos candidatos de mostrarem-se 'familiarizados' com a região, fazendo referências aos estereótipos com que ao longo do século XX se construiu a imagem pública do Nordeste: uma região de seca, sofredores periódicos de um 'flagelo', ouvintes de forró e cantorias, região de coronéis e cangaceiros, eventualmente visitadas por 'profetas' populares. Em síntese, imagens consolidadas pelo "Quinze", de Raquel de Queiroz; pelos "Retirantes", de Portinari; por "Vidas Secas" e "São Bernardo", de Graciliano; pelos coronéis do cacau de Jorge Amado. Tais estereótipos podem ser resumidos no trio Luiz Gonzaga/Cangaceiros/Padre Cícero/Sertanejos.

Assim, Marina exercitou todo o seu desconhecimento da região e uso destes símbolos, tentanto mostrar que 'sabe tudo daqui' citando, logo em sua fala de abertura que 'assim como toda cantoria tem um mote, o meu é o da educação'. Mesmo sendo correta sua 'escolha', tratou o tempo inteiro de analfabetismo[!] e de uma tal de 'economia criativa', que quando conseguiu exemplificar, falou em 'muitas pessoas que sabem fazer música'!!! Ela está pensando em quê? Em que mundo ela se encontra? Marina seguiu decepcionando, recitando um dado decorado sobre 'um professor aqui ganhar 25% menos do que no Sul', [ela usou a mesma frase na reunião com evangélicos um pouco mais cedo no Centro de Convenções].

E o Velho Maluquinho, ao dizer que 'aqui, nas terras de Felipe Camarão nasceu pela primeira vez a idéia de nação'?!! Vergonhoso. A dica genial sobre Felipe Camarão foi do tal do Edilson? Nem história o cara conhece, porque escolheu para fazer a referência do Nordeste a mais furada patriotada da versão militar da história do Brasil. Desde quando em 1650 alguém acreditava existir uma 'nação' chamada Brasil?

Serra, trágico, mostrou sua política e compreensão da região: salário mínimo de 600 reais, 13° [sic, kkkkkkk] para o bolsa família e 10% de aumento na aposentadoria! Ou seja, o Nordeste precisa de esmola! Aí ainda dizem não saber porque Dilma vai levar no primeiro turno.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Luis Nassif: Fim de um ciclo (1)


Dia após dia, episódio após episódio, vem se confirmando o cenário que traçamos aqui [no blog Luis Nassif] desde meados do ano passado: o suicídio do PSDB apostando as fichas em José Serra; a reestruturação partidária pós-eleições; o novo papel de Aécio Neves no cenário político; o pacto espúrio de Serra com a velha mídia, destruindo a oposição e a reputação dos jornais; os riscos para a liberdade de opinião, caso ele fosse eleito; a perda gradativa de influência da velha mídia. O provável anúncio da saída de Aécio Neves marca oficialmente o fim do PSDB e da aliança com a velha mídia carioca-paulista que lhe forneceu a hegemonia política de 1994 a 2002 e a hegemonia sobre a oposição no período posterior. Daqui para frente, o outrora glorioso PSDB, que em outros tempos encarnou a esperança de racionalidade administrativa, de não-sectarismo, será reduzido a uma reedição do velho PRP (Partido Republicano Paulista), encastelado em São Paulo e comandado por um político – Geraldo Alckmin – sem expressão nacional.

Fim de um período odioso

Restarão os ecos da mais odiosa campanha política da moderna história brasileira – um processo que se iniciou cinco anos atrás, com o uso intensivo da injúria, o exercício recorrente do assassinato de reputações, conseguindo suplantar em baixaria e falta de escrúpulos até a campanha de Fernando Collor em 1989. As quarenta capas de Veja – culminando com a que aparece chutando o presidente – entrarão para a história do anti-jornalismo nacional.

Os ataques de parajornalistas a jornalistas, patrocinados por Serra e admitidos por Roberto Civita, marcarão a categoria por décadas, como símbolo do período mais abjeto de uma história que começa gloriosa, com a campanha das diretas, e se encerra melancólica, exibindo um esgoto a céu aberto.

Levará anos para que o rancor seja extirpado da comunidade dos jornalistas, diluindo o envenenamento geral que tomou conta da classe. A verdadeira história desse desastre ainda levará algum tempo para ser contada, o pacto com diretores da velha mídia, a noite de São Bartolomeu, para afastar os dissidentes, os assassinatos de reputação de jornalistas e políticos, adversários e até aliados, bancados diretamente por Serra, a tentativa de criar dossiês contra Aécio, da mesma maneira que utilizou contra Roseana, Tasso e Paulo Renato.

O general que traiu seu exército

Do cenário político desaparecerá também o DEM, com seus militantes distribuindo-se pelo PMDB e pelo PV. Encerra-se a carreira de Freire, Jungman, Itagiba, Guerra, Álvaro Dias, Virgilio, Heráclito, Bornhausen, do meu amigo Vellozo Lucas, de Márcio Fortes e tantos outros que apostaram suas fichas em uma liderança destrambelhada e egocêntrica, atuando à sombra das conspirações subterrâneas.

Em todo esse período, Serra pensou apenas nele. Sua campanha foi montada para blindá-lo e à família das informações que virão à tona com o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr e da exposição de suas ligações com Daniel Dantas. Todos os dias, obsessivamente, preocupou-se em vitimizar a filha e a ele, para que qualquer investigação futura sobre seus negócios possa ser rebatida com o argumento de perseguição política. A interrupção da entrevista à CNT expôs de maneira didática essa estratégia que vinha sendo cantada há tempos aqui, para explicar uma campanha eleitoral sem pé nem cabeça.

Seu argumento para Márcia Peltier foi: ocorreu um desrespeito aos direitos individuais da minha filha; o resto é desculpa para esconder o crime principal. Para salvar a pele, não vacilou em destruir a oposição, em tentar destruir a estabilidade política, em liquidar com a carreira de seus seguidores mais fiéis. Mesmo depois que todas as pesquisas qualitativas falavam na perda de votos com o denuncismo exacerbado, mesmo com o clima político tornando-se irrespirável, prosseguiu nessa aventura insana, afundando os aliados a cada nova pesquisa e a cada nova denúncia. Com isso, expôs de tal maneira a filha, que não será mais possível varrer suas estripulias para debaixo do tapete.

domingo, 19 de setembro de 2010

Eleições, constituição e pena de morte no Brasil ou "cuidado com quem não entende o que é o parlamento"


O período eleitoral faz surgir promessas mirabolantes feitas pelos candidatos para seduzir o eleitor. Os candidatos aos cargos executivos fazem-nas à exaustão desde sempre, a maioria vista com descrédito, afinal, de acordo com a sabedoria popular, quem vai acreditar em “promessa de candidato”. Para os pretendentes a cargos legislativos, muitas das promessas feitas não poderiam ser cumpridas por não fazerem parte das funções do deputado ou vereador ou por sua discussão não ser sequer possível. No caso mais típico está todo tipo de projeto pretendido pelo parlamentar que implique em criação de despesa, algo que é ordinariamente vedado aos legisladores, que apenas podem propor emendas financeiras por ocasião da discussão anual do orçamento da prefeitura, do estado ou da União. Este tipo de promessa é o surgimento de candidatos que defendem a pena de morte em Pernambuco, Ceará, São Paulo e vários outros estados.

Um caso mais preocupante são os compromissos de alguns em “lutar para implantar a pena de morte” no Brasil. Quem assim o faz lança mão de artifício para atrair a atenção para si, tentando transformar a sensação de insegurança e impunidade em votos para sua candidatura. Mas, tal proposta é simplesmente impossível de ser concretizada no país sob a atual ordem constitucional. Afinal, os eleitores nunca se perguntaram por que não há o cumprimento dessa promessa e nenhum projeto circula pelo Congresso nesse sentido? A discussão sobre pena de morte sob a vigência da atual constituição é simplesmente vedada pela mesma. O artigo 5°, que trata do rol dos direitos individuais, trata da pena de morte em dois momentos. Por um lado, estabelece a proibição de "penas desumanas, cruéis ou degradantes" no inciso III e, por outro, afirma que "não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra declarada" no inciso XLVII. Ou seja, a constituição de 1988 prevê a possibilidade da pena capital apenas para os casos de situação de guerra e veda sua possibilidade para qualquer outro caso, inclusive quaisquer outras penalidades “cruéis ou degradantes”.

O eleitor poderia ser levado a pensar então, naturalmente, que se trata apenas agora de eleger alguém que proponha uma Emenda Constitucional que mude tal artigo e pronto. Portanto, nada melhor que escolher o valente e esbravejante candidato que tem a coragem para discutir e levar adiante esta questão. Ledo engano. Todas as constituições possuem, lado a lado, os instrumentos e ritos que preveem a sua própria reforma e estabelece aquilo que não poderá ser, de maneira alguma, objeto de reforma constitucional, ou seja, determina a sua "cláusula pétrea". Na nossa, ela está no art. 60, inciso IV, onde se afirma que não será “objeto de deliberação”, isto é, o poder legislativo não pode sequer discutir a mudança dos seguintes pontos:
a) a forma federativa;
b) o voto direto, secreto, universal e periódico;
c) a separação de poderes;
d) os direitos e garantias individuais (o famoso art. 5°).

Ora, já vimos que o artigo 5° veda a pena de morte, exceto em caso de guerra declarada; e que o art. 60, IV, afirma que nada que esteja no art. 5° é passível sequer de deliberação pelo Congresso Nacional. A proposta seria, assim, rejeitada de pronto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Portanto, qualquer simpático personagem que peça o seu voto prometendo lutar pela pena de morte está mentindo ou não sabe do que está falando. Em nenhum dos dois casos parece-me que seja merecedor de seu sufrágio. Pena de morte em crimes comuns no Brasil, apenas sob a égide de uma nova constituição, o que implicaria o rompimento completo da atual ordem, seja por um golpe de direita ou de esquerda.

Os partidos e candidatos que se passam a tais promessas perdem uma oportunidade ímpar de aprimorar a cultura política educando o eleitor e a sociedade sobre a tarefa da representação política, de sua função legislativa e dos modos de fiscalização do executivo.

sábado, 18 de setembro de 2010

Não é piada: Serra ouve em comício que aliado vota em Dilma


No caso, o deputado em questão é Albano Franco, de Sergipe. O comício ocorreu ontem à noite em Itabaiana/SE.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Elegia 1938, de Carlos Drummond de Andrade. Não foi, mas poderia ter sido inspirado no 11 de setembro.


Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.

Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.

Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.

Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.

Livro de inglês distribuído pelo governo de São Paulo (PSDB) sugere site pornô para alunos.


Um dos livros de inglês distribuídos pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo a alunos do ensino médio sugeria um link de um site pornográfico para que os alunos “ampliassem” seus conhecimentos da língua. [PARA QUEM NÃO LEMBRA, É ALBERTO GOLDMANN/JOSÉ SERRA/GERALDO ALCKMIN/PSDB, KKKKKKKK, CADÊ OS MORALISTAS-PREGADORES-DO-FIM-DA-DEMOCRACIA-DE-PLANTÃO? KKKKKKKKKKKK]

O endereço [EM ATENÇÃO À BOA EDUCAÇÃO, QUE FALTA A ALGUNS, NÃO PUBLICAMOS, KKKKKKK], quando digitado, leva a uma página na qual apresentadoras de telejornais tiram a roupa enquanto apresentam as notícias. Ele não é registrado no Brasil. Segundo a secretaria, na época em que o site foi relacionado no livro, levava para endereços de jornais e revistas do exterior. A assessoria de imprensa do órgão diz não saber o que pode ter acontecido.

O governo [UÉ! QUE GOVERNO? SE FOSSE DO PT! KKKKK] afirma que o material, que faz parte da série “Cadernos do Aluno”, foi utilizado no semestre passado. Os livros da série, no entanto, são consumíveis –não são reaproveitáveis, já que os estudantes fazem exercícios escritos nele. Por isso, ao final de cada bimestre, os alunos levam as obras para casa.

A coordenadora de estudos e normas pedagógicas da secretaria, Valéria de Souza, afirmou ao UOL Educação que o órgão descobriu o problema há pouco menos de uma semana. Segundo ela, a secretaria fez na sua página na internet uma "substitução" dos links e chegou a fazer uma consulta ao Ministério Público Federal sobre como resolver a questão do link. Valéria disse que os professores foram reorientados.

De acordo com a coordenadora, 645 mil alunos usaram os livros e, no bimestre da utilização, o conteúdo era adequado. No entanto, não há previsão para que as obras já distribuídas sejam recolhidas.

Dois Paraguais

Este não é o primeiro problema da série "Cadernos do Aluno". Em março do ano passado, livros de geografia para estudantes do ensino fundamental mostravam um mapa da América do Sul com dois Paraguais, invertiam a localização do Uruguai e do Paraguai e omitiam o Equador.

[TAMBÉM PUDERA! ISSO JÁ ERA SERRA PREPARANDO A INVASÃO DA BOLÍVIA, DO IRÃ E ENSINANDO AOS ALUNOS DE SÃO PAULO QUE A AMÉRICA DO SUL NÃO EXISTE, KKKKKKKKKK]

O erro repercutiu na imprensa internacional e os cerca de 500 mil livros foram recolhidos pelo governo estadual.

*Colaborou Juliana Carpanez, editora do UOL Tecnologia

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Saiu o edital de seleção para o 6° ano do Colégio de Aplicação da UFPE 2011


Estão abertas as inscrições para seleção de alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio de Aplicação (CAp) da UFPE pelo qual são oferecidas 55 vagas para novos estudantes. As inscrições devem ser feitas do dia 13 de setembro a 08 de outubro de 2010, na secretaria do CAp, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h.
Para participar da seleção, os candidatos devem ter idade máxima de 12 anos completos até 31 de dezembro deste ano. Também é necessário comprovar, através de declaração da instituição de origem, que o candidato está cursando, em 2010, o 5º ano (sistema de ensino adequado à Lei no 11.274/2006, que estabelece o Ensino Fundamental em nove anos) ou a 4ª série do Ensino Fundamental (Ensino Fundamental de oito anos, anterior à Lei no 11.274/2006).
No ato da inscrição, os responsáveis pela matrícula devem apresentar os seguintes documentos dos candidatos: cópia da Certidão do Registro Civil ou da Carteira de Identidade; declaração original da instituição de origem de que o estudante está cursando, em 2010, o 5o ano ou 4a série do Ensino Fundamental; duas fotos 3x4 recentes e iguais; comprovante original de recolhimento da taxa de inscrição; e formulário de inscrição preenchido pelo representante legal do candidato.
A taxa de inscrição custa R$ 50 e deve ser paga através de depósito bancário na Conta Única da União, em qualquer agência do Banco do Brasil (também pode ser por transferência em caixa eletrônico ou Internet). Os pedidos de isenção da taxa devem ser entregues na Secretaria do Colégio, de 13 a 17 de setembro. Os interessados já podem obter o formulário na secretaria do Colégio. A relação das isenções concedidas será divulgada no dia 24 de setembro.
As provas serão realizadas no dia 24 de outubro, a partir das 8h (até as 11h), no Campus da UFPE. O resultado do processo seletivo será divulgado às 14h do dia 17 de dezembro de 2010, na sede do Colégio de Aplicação e na internet. As matrículas dos candidatos classificados serão realizadas no período de 3 a 7 de janeiro de 2011.

EDITAL COMPLETO

PROVAS DOS ANOS ANTERIORES

domingo, 12 de setembro de 2010

Universidades no interior de Pernambuco: A nova revolução do campo.


A mudança está nas ruas, nas praças, no comércio, nas escolas, dentro das casas. Da Zona da Mata ao Sertão, os jovens pernambucanos agora têm outras perspectivas de vida. O céu é o limite e eles já não se contentam em seguir "a lida" dos pais. Para mostrar essa nova realidade, o Diario de Pernambuco foi a todos os campi do interior, percorrendo as cidades de Garanhuns, Caruaru, Vitória de Santo Antão, Petrolina, Serra Talhada, Salgueiro e Nazaré da Mata. E constatou que o sonho de conseguir o diploma sem migrar para o Recife tornou-se realidade. As portas das universidades públicas abriram-se para o interior. As cidades também estão se transformando, no momento em que começam a receber professores e alunos de várias regiões do país. O mercado imobiliário está cada vez mais aquecido, o setor de serviços oferece um leque cada vez maior de ofertas e as empresas locais estão ansiosas pela nova mão de obra qualificada. O índice de empregabilidade dos formandos chega aaté 70%, segundo as próprias universidades.

A interiorização do ensino superior em Pernambuco começou para valer quando o governo federal anunciou, em 2002, a criação da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), única instituição do país a ter três campi divididos por estado. A sede fica na cidade de Petrolina (PE), coração da região do Vale do São Francisco, a 774km do Recife. Mas o fenômeno começou a ganhar vigor há cinco anos, quando foram instaladas quatro expansões universitárias nas cidades de Vitória de Santo Antão, Caruaru, Garanhuns, Salgueiro e Serra Talhada. Antes disso, a Universidade de Pernambuco (UPE) já havia construído três unidades de formação de professores nas cidades de Nazaré da Mata, Garanhuns e Petrolina, no final da década de 1960. Mas, pegando carona no fenômeno da interiorização, há cinco anos a universidade estadual implantou um campus em Caruaru e estruturou o já existente em Garanhuns trazendo, dessa vez, a força dos cursos da área de saúde. A cidade de Salgueiro ganhou, em 2006, o curso de administração, que funciona em salas alugadas.

O ensino superior gratuito no interior de Pernambuco abriga hoje cerca de 20.911 estudantes, em 67 graduações. A maioria vem da região onde as universidades estão inseridas, mas também existe um quantitativo considerável de jovens do Recife e até de outros estados brasileiros. Os alunos de escola particular ainda são maioria, mas a proporção de estudantes oriundos da rede pública é 20% maior que a encontrada na capital. Grande parte dos 1.240 docentes é de fora. Mais de 60% deles possuem título de doutor ou de mestre e atuam em graduações criadas para atender o arranjo produtivo desses municípios.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO DIÁRIO DE PERNAMBUCO:

A NOVA REVOLUÇÃO DO CAMPO
Fenômeno aquece mercado imobiliário
A interiorização em Pernambuco
Opção para quem precisa economizar
Um destino diferente para os mais jovens
Problema revela lacuna na formação
O primeiro delivery de Vitória

sábado, 11 de setembro de 2010

Programa Consensus debaterá o tema "democracia".


O Programa Consensus tratará amanhã do tema "democracia", apresentado pelo pr. Roberval da Igreja Presbiteriana do Bongi, entrevistando a mim e ao pr. Artur, congregacional. Democracia ontem e hoje, liberdade de imprensa, avanços da cidadania no Brasil, a história do voto, liberdades individuais. O programa é exibido aos domingos, às 21:30 h no canal 14, Rede Estação. O programa pode ser assistido pela internet AQUI.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

As capas da Veja e as eleições de 1989 ou "A Grande Imprensa Terrorista".










A tática de incutir medo e terror na população, mentindo e construindo uma imagem negativa dos candidatos à esquerda é muito antiga no Brasil. Remonta ao Plano Cohen, de Vargas, um suposto complô dos comunistas para matar os principais líderes políticos da república e tomar o poder, o que terminou por justificar o golpe de estado de 1937 dado pelo próprio Vargas. Seguiu-se a "Carta Brandi" redigida por Carlos Lacerda e pelo general Mourão Filho e atribuída igualmente aos comunistas com o objetivo de impedir a posse de... Juscelino Kubitschek! Temos ainda as pesadíssimas acusações contra Vargas em 1954, incluindo aí a de mandante de um assassinato, para derrubar o presidente, algo que só não foi conseguido porque ele se suicidou. Sua aparente derrota foi o maior golpe contra seus inimigos, que não conseguiram a presidência diante da ascensão de JK. Contra Lula sempre se disse que dividiria o país, fecharia igrejas, tomaria propriedades, confiscaria a poupança e os ativos bancários, tomaria terras, implantaria o comunismo (gargalhadas!!!!), Mário Amato (presidente da FIESP em 1989) afirmou que se ele fosse eleito milhares de empresários já estariam com malas prontas para deixar o país. Líderes religiosos católicos e evangélicos de direita diziam que ele era o próprio demônio. A Universal, a Assembléia de Deus, várias denominações alertaram em 89 para o perigo de elegê-lo, afirmando ser a "vontade de Deus" que Collor fosse o escolhido. Este, aliás, também se fez fotografar com o próprio Frei Damião, ícone religioso católico no Nordeste.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

No dia da independência, uma reflexão sobre a nossa identidade nacional (1)


Esse é o primeiro encontro do Pato Donald com o Zé Carioca. O estereótipo do brasileiro criado por Walt Disney para o seu filme "Alô amigos" é devastador tanto no que se refere ao Brasil quanto a todos os outros tipos que desfilam pelo filme. Em 1950 o Brasil apresentava um acelerado desenvolvimento em sua infraestrutura econômica, ampliação da base industrial, intensa urbanização, o eixo Rio-São Paulo era um núcleo industrial poderoso e um dado adicional, o Rio era a capital do País. Nessa condição havia perdido há muito tempo qualquer semelhança com a 'selva tropical' que é apresentada pelo desenho. Carmem Miranda dá um toque extra de exotismo ao quadro.
Ao final, a apresentação dos cassinos remete o imaginário norte-americano a uma imagem que lhe era muito mais familiar, que era a ilha de Cuba e a cidade de Havana com seus cassinos e prostíbulos comuns antes de Fidel liderar a revolução em 1959.
Detalhe adicional e trágico: as "elites" nacionais sempre tiveram a mesma dificuldade em compreender a nação e o povo brasileiro. Sempre prevaleceu a visão amplamente difundida até hoje de que somos uma 'nação de degredados, larápios e prostitutas'. Essas elites construíram uma nação de apartheid social e sempre se furtaram a qualquer projeto político nacionalista ou que promovesse alguma distribuição de renda por mais tênue que fosse. A oposição direitista sempre foi extremada e radical, contra Vargas, JK, Jango, Brizola, Lula, qualquer um que ousasse pensar que essa terra poderia ter universidades, indústrias, que nossa miscigenação não era problema, mas virtude, que poderíamos decidir sobre os nossos recursos minerais, enfim, qualquer coisa que pudessem minimamente apontar para uma independência mais efetiva.