sábado, 17 de abril de 2010
UFPE cria curso de Engenharia Naval e aprova uso do ENEM na primeira fase
Engenharia naval será o mais novo curso ofertado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A graduação, que só existe nos estados do Pará, Rio de Janeiro e São Paulo, foi escolhida para atender a demanda do Complexo Industrial de Suape. Devem ser oferecidas cerca de 30 vagas para o próximo ano, no campus Recife. A decisão foi tomada ontem, durante a reunião do conselho universitário, realizada no auditório do Centro de Tecnologia e Geociências da UFPE (CTG). No encontro, também foi aprovada a manutenção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como substituto da 1ª fase do vestibular. A decisão, antecipada ontem pelo Diario, foi acatada por 32 dos 41 conselheiros. A exceção fica por conta do curso de oceanografia, que terá o Enem como forma única de ingresso. Isso significa que esses feras não precisarão fazer a 2ª fase e que as 25 vagas disponíveis para 2011 serão preenchidas através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Você pode ler a matéria completa AQUI.
Quando tratamos da na semana passada do crescimento econômico do estado e seus desafios, ressaltamos a importância do pólo universitário/científico da região. A criação do curso segue a esteira da recuperação da indústria naval brasileira, que foi destruída no governo Fernando Henrique. A recuperação do setor nos últimos anos veio acompanhada de uma política de desconcentração industrial, com a construção do Estaleiro Atlântico Sul no Complexo Industrial de Suape.
Por sua vez, a adoção do ENEM na primeira fase também vai marcando a consolidação do Exame como critério de acesso às universidades. Apenas acredito que a mobilidade deveria ser discutida melhor. As Federais possuem um papel claro na política de desenvolvimento regional e não há muito sentido em 30% das vagas estarem ocupadas por alunos de outras regiões.
Leia matéria sobre assunto AQUI, e AQUI [esta última, publicada no Jornal do Commercio e com uma manchete extremamente deselegante, para dizer o mínimo: "Enem aprovou 38% de forasteiros no estado"].
O link para o site do Estaleiro Atlântico Sul é AQUI.
Até 1993 a UFPE permitia que o aluno optasse por cursos diferentes na inscrição do vestibular. Resultado: dezenas de "advogados frustrados" dentro do curso de história, que aparecia como segunda opção para quem queria direito, na ilusão de uma remota transferência durante o curso. Quando a transferência não vinha, o aluno abandonava. A partir de 1994 só se pode optar por um curso, o que reduziu a evasão e melhorou o nível dos alunos de história.
O MEC não precisaria criar cotas regionais. Bastaria, apenas, reduzir as possibilidades de ficar trocando de curso e escolhendo a universidade entre uma etapa e outra da seleção no SISU [sistema de seleção unificado].
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