domingo, 20 de junho de 2010

A Igreja Católica e Raul Castro afiançam o processo de diálogo.


O governo de Raul Castro segue dando pistas de que o processo de diálogo aberto com a Igreja Católica é sério. E também, que logo se verão mais resultados, tais como a libertação de mais presos políticos.
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Em um ambiente de cordialidade e até de cumplicidade, o cardeal Mamberti, chanceler da Santa Sé em visita a Cuba, se pronunciou constatando que as relações do governo com o Vaticano se encontram "em uma fase muito positiva" e "de gradual evolução", e expressou logo seu desejo de que sua visita contribua com "sensíveis frutos de maiores entendimentos"
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A vistia de Mamberti a Cuba não poderia ser mais oportuna. Chegou a Ilha apenas uns dias depois do governo libertar ao preso de consciência Ariel Sigler Amaya e transferir um grupo de 12 presos para cárceres em suas províncias de residência. Estes, juntamente com o fim dos atos de protesto das Damas de Branco depois de um pedido feito pela Igreja, foram os primeiros frutos do inédito processo mediador entre a hierarquia católica e o governo cubano. Se dá por certo que, antes de concluir sua visita, Mamberti se entrevistará com Raul Castro, outro momento importante para afiançar o trabalho da Igreja.

O papel cada vez mais relevante adquirido pela Igreja, e o que pode jogar no futufo, restou demonstrado durante a X Semana Social Católica, aberta por Mamberti. Os organizadores conseguiram reunir acadêmicos e pensadores cubanos, tanto residentes na Ilha quanto nos EUA - Jorge Domínguez, da Universidade de Pittsburgh, Carmelo Mesa (Harvard) e Arturo Lopez-Levy (Denver) -. Economistas como Omar Everly e Pavel Vidal, do Centro de Estudos da Economia Cubana e o catedrático Carmelo Mesa concordaram no painel sobre economia e sociedade que Cuba "necessita de reformas estruturais urgentes" e que o atual "gradualismo" na aplicação de algumas medidas pode resultar fatal.


ARTIGO ORIGINAL NO JORNAL EL PAIS, NESTE DOMINGO.

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