quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Brasil no coração dos Mandela


(Do Estadão)
A torcida brasileira ganhou importante reforço. Toda a família de Nelson Mandela, principal líder da história sul-africana, revelou que vai torcer pelo Brasil caso os Bafana Bafana sejam eliminados. Os Mandela se dizem encantados com a história do futebol-arte brasileiro. Daí a explicação para terem escolhido o time pentacampeão entre as outras 31 equipes que disputam a Copa do Mundo da África do Sul a partir de sexta-feira. "Nossa família é apaixonada pelo futebol brasileiro. Desde Pelé, passando por Zico, Romário, Bebeto e todos os demais", contou o neto de Mandela e porta-voz do clã, Mandla Mandela, ao Estado. "Em mais de uma ocasião assisti ao Brasil jogar com meu avô." (...)
Momento importante. O clã Mandela não esconde que a oportunidade de realizar a Copa do Mundo se transformou em um dos maiores momento para a história da África do Sul no cenário internacional. Uma chance para unir o país e expor a explosão de entusiasmo que só foi registrada no país há 20 anos, quando Mandela foi libertado da prisão mantida pelo regime racista do apartheid. Ontem, Mandla confirmou a presença do avô na abertura do Mundial, mas limitará sua participação a 15 minutos, quando saudará os torcedores e jogadores. "Não podemos colocá-lo sob risco. Ver toda uma partida de futebol, em pleno inverno, seria um desafio para sua saúde. Estamos buscando uma forma de garantir que o mundo sinta a presença de Mandela na Copa, e estamos negociando", disse. "Como sul-africanos, queremos que ele viva o máximo possível."

Líder precoce. Mandla se transformou no chefe do conselho tribal de Mvezo, vilarejo de onde veio Mandela e que nem sequer tem água encanada. Com apenas 36 anos, teve de assumir suas responsabilidades perante a tribo. "Aprendi muito com meu avô. Mas, acima de tudo, aprendi a ser humilde e que o esporte tem a capacidade de superar barreiras", lembrou. "Ele lutou boxe em sua juventude e treinava entre 4 horas e 6 horas da manhã. Agora, insiste sempre em me dizer que minha barriga está grande e que preciso fazer esportes. A realidade é que meu avô sempre viu o futebol como parte do desenvolvimento humano. Ele fez questão de me dar minha primeira chuteira em 1984, quando ele ainda estava na prisão."

O neto de uma das principais personalidades políticas da história também destaca o poder do esporte, principalmente o futebol, em unir o país. "Meu avô acredita que essa Copa do Mundo tem o poder de construir um país", concluiu Mandla.

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