domingo, 11 de abril de 2010

Pernambuco é a nova locomotiva do Brasil?


Paulo Henrique Amorim já havia anunciado que Pernambuco é a nova locomotiva do Brasil, conforme você pode conferir AQUI.

O Diário de Pernambuco publicou hoje uma matéria sobre os impactos das duas maiores obras federais no Nordeste para a economia sertaneja. Você pode conferir a matéria completa AQUI

A metáfora de São Paulo como uma locomotiva vem da Primeira República e foi consagrada na academia com a publicação de uma série de estudos coordenados por três brasilianistas no final da década de 1970. Joseph Love, Robert Levine e John Wirth publicaram pesquisas, respectivamente, sobre o papel de São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais na federação brasileira no período entre a proclamação da república (1889) e o início do Estado Novo (1937). O título do livro de Love foi "São Paulo na federação - A locomotiva". Tornaram-se estudos clássicos sobre as relações econômicas e políticas estabelecidas entre os estados na formação da república brasileira.

A reportagem do Diário de Pernambuco mostra os números impressionantes que as obras da Transnordestina e da 'transposição' do São Francisco. Os números que envolvem o complexo de Suape são todos igualmente grandiosos. Todos apontam para perspectivas importantes de crescimento da riqueza e criação de uma infraestrutura capaz de alavancar outros investimentos. Pernambuco já é hoje também uma referência em universidades, ciência e tecnologia. Entretanto, se possui o maior mercado privado de educação e a maior rede de universidades federais, a rede pública estadual vai de mal a pior, com remendos e paliativos. [Talvez o senador Cristóvão Buarque tenha razão e a educação pública só melhore efetivamente quando os políticos forem obrigados a matricular seus pimpolhos na rede pública].

O grande desafio do estado é congregar este crescimento com o desenvolvimento social. Educação, saúde, segurança, habitação, transportes. A região de Ipojuca receberá nos próximos meses e terá em 2011 um número de operários trabalhando na construção da Refinaria Abreu e Lima estimado em um terço da população que o município já tem hoje, conforme matéria do Jornal do Commercio, que você pode ler AQUI.

O crescimento do estado e da região vem apresentando bons números nos últimos anos, mas é interessante também observar que apesar deles, a participação do Nordeste na produção nacional manteve-se relativamente estável nos últimos vinte anos, pelo menos com números que vão até 2005. Não há possibilidade de equilíbrio federativo com números tão dissonantes. Os investimentos industriais e em infraestrutura de que tratamos aqui, entretanto, podem apontar para uma descentralização mais efetiva da atividade industrial no Brasil.

6 comentários:

  1. Cláudio:

    Depois do seu blog nunca mais li jornal e a culpa é sua..rs. Vou perder tempo lendo boas notícias anda..rs...vc já seleciona e coloca aqui..rs.

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  2. Aqui você vê primeiro! Notícia e análise na dose certa. rsrsrs.

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  3. o prof é f soda! não leio mais jornal tbm! só a ironia do AQUI PE, por diversão a análise crítica do professor é o poder ! vá ser jornalista prossor!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. É mesmo, professor! A sua seleção de matérias é excelente, sem falar na visão crítica dos acontecimentos, embalados com fundo histórico. Bom demais! =D

    Quanto ao futuro do nosso Estado, tenho muitas expectativas. Sinto como se a minha geração e Pernambuco estivéssemos na mesma situação: o mundo está se abrindo agora para nós; muitas possibilidades, muito crescimento e muito potencial.
    Espero que eu possa contribuir para o desenvolvimento do Estado e do país!

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  6. Eu faço o possível para evitar o sentimento ufanista [aquela exaltação gratuita e quase tola que se faz da nação ou de qualquer coisa que seja do seu 'bairro', do seu 'local'] e por isso vejo como fundamental o comentário depois da notícia. Comentário que não tem que ser destruidor, porque senão viveríamos todos em um mundo sem perspectivas, só de cinismo.
    Por isso eu escrevo uma notícia do crescimento econômico do estado, mas lembro que, pelo menos até 2004, não havia uma alteração fundamental da concentração industrial no Sudeste.
    Mas a geração de vocês - sem dúvida - tem mais perspectivas do que teve a minha. São dois países muito diferentes o de 1985 e o de 2010. Ótimo para todos nós que seja assim.

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